Destaques da Biblioteca de História das Ciências e da Saúde
Planejamento e conflitos urbanos: experiências de luta
OLIVEIRA, Fabricio Leal de; SÁNCHEZ, Fernanda; TANAKA, Gisele; MONTEIRO, Poliana (orgs.). Planejamento e conflitos urbanos: experiências de luta. Rio de Janeiro: Letra Capital, 2016. 416 p.
Através de relatos e análises de diversos conflitos urbanos e experiências de planejamento contra-hegemônico, a publicação aborda três grandes temas, que podem ser sinteticamente enunciados como segue: os significados da cidade e da urbanidade na contemporaneidade; o lugar e papel do conflito na produção e reprodução da cidade contemporânea; os sentidos e apropriações possíveis das metodologias, técnicas e linguagens do planejamento. Segundo Carlos Vainer, o livro não traz modelos nem receitas, mas “experiências inspiradoras, que mostram ser possível reinventar nossas cidades e nosso planejamento através do conflito e da ação coletiva no espaço público, isto é, da política”.
A biblioteca elementar
MUSSA, Alberto. A biblioteca elementar. Rio de Janeiro: Record, 2018. 191 p.
Romance de um dos mais aclamados autores da literatura brasileira. A conclusão do Compêndio mítico do Rio de Janeiro. Na calada da noite, na hoje chamada Rua da Carioca, um homem de casaca, pistola na mão, ameaça outro com capa à espanhola e botas de cano longo. Atracam-se. A arma dispara. O de casaca cai ferido mortalmente. Há uma testemunha, cigana, que também tem lá suas culpas. Entre os crimes que perpassam este romance policial situado no Rio de Janeiro do século 18, apenas um é de fato relevante; apenas um resume e simboliza o livro. E, contraditoriamente, é o único crime que não acontece. Alberto Mussa opera com perícia a narrativa, conversando com o leitor e palpitando sobre os dilemas dos personagens sem abandonar o posto de narrador, ancorado em pesquisa do vocabulário da época, do contexto, das ruas do Rio, do tráfico de escravos, do contrabando de ouro e da ação inquisitorial, sempre com uma técnica primorosa.
Uma ética do cotidiano
PADILHA, Tarcísio. Uma ética do cotidiano. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras, 1999. 328 p.
Padilha alcança profundezas ao lançar seu olhar diferenciado sobre temas como educação, poesia, língua portuguesa, religião, lazer, Copa do Mundo, liberdade, tempo, cidadania, dentre outros. Em um contexto de polarização de ideologias, como vivemos hoje, a obra de Padilha se mantém mais que atual. De um lado, o autor ressalta virtudes de um ideal a ser atingido pela humanidade; de outro, aponta as mazelas de um mundo em construção, enfatizando a ação e a reflexão como o caminho para o aperfeiçoamento humano.
MAJOR, Alice. Welcome to the Anthropocene. Edmonton: University of Alberta Press, 2018. 121 p.
Alice Major observa a comédia e a tragédia deste momento dominado pelo homem na Terra. A pergunta mais persistente de Major - "Onde nos encaixamos no universo?" - torna-se mais urgente com a calamidade ecológica da mudança climática causada pelo homem. Sua poesia nos leva a questionar as hierarquias, lealdades e consciência humanas, e nos desafia a encontrar alguma humildade em nosso senso exagerado de nosso significado cósmico.
Como ler Wittgenstein
PENHA, João da. Como ler Wittgenstein. São Paulo: Paulus, 2013. 116 p.
Nascido em Viena, capital do então império austro-húngaro, cidade cuja efervescência cultural produziu riquíssima constelação de intelectuais e artistas, Ludwig Johann Wittgenstein está definitivamente incorporado à galeria dos grandes filósofos contemporâneos. Autor de dois livros marcantes no pensamento de nosso tempo, o Tractatus Logico-Philosophicus e Investigações Filosóficas, sua influência vai bem além da área estritamente filosófica, abrangendo antropologia, linguística, psicanálise, literatura, teatro, artes plásticas e até mesmo cinema. Para Wittgenstein, "o mundo é composto por fatos", que são estruturas complexas, elementos determinantes do mundo, os quais se tornam perceptíveis ao indivíduo quando deles se tem uma "imagem mental". Só podemos exprimir e pensar o mundo, afirma, a partir dos fatos. Por isso, convencido da concepção positivista de que a verdade significa uma correspondência com os fatos, não crê na capacidade de a metafísica fundamentar qualquer conhecimento. São essas e tantas outras questões que o autor descreve e analisa, recorrendo amiúde a exemplos da vida cotidiana e a trechos de obras de arte.
Proportions of the heart: poems that play with mathematics
GROSHOLZ, Emily. Proportions of the heart: poems that play with mathematics. [ S.l ]: Tessellations Publishing. 55 p.
Os poemas neste livro combinam tópicos matemáticos de fractais a curvatura negativa com história, classicismo e emoções humanas.