Destaques da Biblioteca de História das Ciências e da Saúde
A era do imprevisto: a grande transição do século XXI
ABRANCHES, Sergio. A era do imprevisto: a grande transição do século XXI. São Paulo: Companhia das Letras, 2017. 411 p.
Nesta obra profunda e atual, o sociólogo e cientista político discute as transformações e os rumos da nossa sociedade. O mundo vive uma conturbada transição. Os modelos econômicos não conseguem mais prever o que vai acontecer na economia. A estrutura produtiva está em metamorfose. As análises políticas erram cada vez mais. Os modelos meteorológicos não conseguem prever secas, enchentes, nevascas, ondas de calor. Este livro é uma análise dessa longa transformação. A indagação se dá em torno de três revoluções: a socioestrutural, que atinge todo o planeta e tem efeitos sobre a estrutura social, econômica e política das sociedades; a científica e tecnológica, que se dá com o surgimento de novas fontes de energia e com a digitalização da sociedade; e a climática, associada ao aquecimento global. Sem procurar respostas definitivas, Abranches dialoga com incontáveis pensadores contemporâneos para desvendar os rumos de nossa época, tão imprevisível quanto fascinante.
Nordestinados
ACCIOLY, Marcus. Nordestinados. 4 ed. Recife: Bagaço, 2016. 240 p..
Tem o Nordeste como tema, o autor desenvolveu essa obra compondo poemas em torno de quatro eixos temáticos: A Pedra Lavrada - onde se encontra uma descrição dos elementos geográficos e culturais do sertão; Sertão-Sertões - com poemas inspirados nos fatos históricos ocorridos em solo sertanejo); Feira de Pássaros - onde os poemas retratam os encantos do sertão; Poética dos Violeiros - onde as características dos diversos tipos de verso utilizados por violeiros em suas disputas são usados para compor o poema.
Entre facas, algodão
ALMINO, João. Entre facas, algodão. Rio de Janeiro: Record, 2017. 192 p.
Unindo o talento narrativo de um bom contador de histórias a uma trama clássica, de amor e família, João Almino apresenta o diário de um homem que, aos 70 anos, se separa da mulher e volta à sua infância geográfica e mental. Ainda criança, o narrador viu o pai ser assassinado e sente que os vazios da memória e do afeto precisam ser recompostos para que sua vida ganhe sentido renovado. Vivendo só, longe dos três filhos, compra a fazenda do Riacho Negro, o teatro de sua formação, e mergulha na tarefa sempre impossível de recuperar o tempo que se perdeu. A intensa leveza narrativa do romance, temperada com o poder literário da oralidade de que o autor tem pleno domínio, nos prende da primeira à última página.
BACHA, Edmar (Org.). A crise fiscal e monetária brasileira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016. 686 p.
A partir da denúncia que levou ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, expressões inusitadas, como "pedaladas fiscais", "monetização da dívida pública através das compromissadas", "perdas com swaps cambiais", "inchaço da carteira de títulos do Banco Central e da conta única do Tesouro Nacional", passaram a dominar os noticiários, sugerindo algo muito errado com as políticas fiscais e monetárias do país. Para tornar esse assunto acessível aos que não são especialistas, este livro reúne autores como Fernando Henrique Cardoso, André Lara Resende, Armínio Fraga Neto, Edmar Bacha, Fabio Giambiagi, Pedro Sampaio Malan, entre outros que ocupam ou ocuparam no passado recente os principais postos no Ministério da Fazenda e no Banco Central.
Marco Lucchesi: Estética do interdisciplinar
BAPTISTA, Ana Maria Haddad (org.). Marco Lucchesi: Estética do interdisciplinar. São Paulo: Editora Patuá, 2020. 267 p.
O livro Marco Lucchesi - Estética do Interdisciplinar, organizado pela Profa. Ana Maria H. Baptista (Universidade Nove de Julho), reúne ensaios em homenagem ao escritor Marco Lucchesi (presidente da Academia Brasileira de Letras).
Artes, ciências e educação
BAPTISTA, Ana Maria Haddad; SEVERINO, Francisca Eleodora; ANDRE, Carminda Mendes (orgs.). Artes, ciências e educação. São Paulo: BT Acadêmica, 2015. 192 p.
Artes, Ciências e Educação é uma coletânea cujo fio condutor é uma investigação a respeito do diálogo, sempre necessário, entre a educação, as artes e as ciências. Nessa medida, é colocado em pauta a fragmentação dos saberes, as altas especializações que apenas impedem o movimento de diferentes áreas do conhecimento e que com isso cristalizam conceitos importantes e que poderiam ser entrelaçados. Na verdade, uma reflexão importante a respeito da profunda ligação que existe entre a educação das sensibilidades aliadas às ciências.
BEOZZO, José Oscar. A Igreja do Brasil no Concílio Vaticano II: 1959-1965. São Paulo: Paulinas, 2005. 611 p.
Levando–se em conta os leitores do século XXI, ao debruçar-se sobre a participação da Igreja católica brasileira na preparação do Concílio Vaticano II, o presente estudo parte de três perguntas: a) o quê interessa saber sobre a participação brasileira? b) É este um tema relevante? c) Alguns brasileiros participação significativamente na fase preparatória? Para responder apropriadamente a essas questões os autores propõem um conceito diferente de “participação” na preparação do Vaticano II por parte do episcopado brasileiro. O artigo não foca apenas a presença deste ou daquele bispo ou perito nas comissões do Concílio, mas propõe a idéia de que o mais importante foi a auto-preparação, que durante certo tempo permaneceu “latente” e posteriormente se organizou através de um Concílio com um episcopado jovem, com uma média de idade em torno de 54 anos e 11 de experiência como bispo. Por isso, conscientes dos problemas pastorais que a realidade do subdesenvolvimento punha à Igreja, e com uma incipiente experiência de participação colegial, desenvolvida na construção do Plano de Emergência, este episcopado não só vivenciou em profundidade o “evento” conciliar, como foi o primeiro a sair dele organizado para colocá-lo em prática. Daqui a relevância desta reconstrução.
BUENO, Alexei. Glauber Rocha: mais forte são os poderes do povo! Rio de Janeiro: Manati, 2003. 120 p.
Do sertão baiano para o mundo, Glauber Rocha se afirmou como grande cineasta e uma das mais poderosas personalidades da cultura brasileira. Autor de clássicos do cinema mundial, como ''Deus e o Diabo na Terra do Sol'', ''Terra em transe'' e ''O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro'', foi um dos criadores de uma visão total da nacionalidade. Para além do artista, contagiou todo um período da vida brasileira com a sua indignação, a sua busca irrefreável da utopia. Nesse livro, o poeta Alexei Bueno traça uma síntese cinebiográfica ou biocinematográfica da trajetória do criador do Cinema Novo. Analisando cada filme e os momentos centrais da sua vida, o leitor encontrará um roteiro fascinante do sonho glauberiano, que é o sonho de todos os que aspiram a uma grande arte e uma grande nação entre nós.
BARROS, Henrique Lins de. Biodiversidade e renovação da vida. São Paulo: Claro Enigma; Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2011. 96 p.
O mundo é incrivelmente rico em variedades; no entanto, estamos perdendo grande parte dessa riqueza por culpa do modelo de uso da natureza adotado nos últimos 300 anos. Este livro traça um extenso panorama sobre o atual equilíbrio do meio ambiente para mostrar como a sua degradação ameaça de modo iminente a própria existência do Homo sapiens. Por meio de uma esclarecedora síntese das principais teorias sobre o surgimento e a evolução dos seres vivos, passando pela história da descoberta e da conquista das novas terras que expandiram os domínios europeus, o autor explica como a existência da vida no planeta depende de sua extrema diversidade, atualmente ameaçada pelo consumismo desenfreado e pela mentalidade de curto prazo da produção capitalista. Esta publicação é uma resposta contundente aos lugares-comuns sobre ecologia e preservação do meio ambiente, ressaltando a urgência de ações efetivas contra o consumismo e a uniformização cultural.
Itinerância
BRAGA, Roberto Saturnino. Itinerância. Rio de Janeiro: Contraponto, 2017. 232 p.
Neste livro, o autor escreve o que pensa e o que sente, sem se incomodar com opiniões discordantes e sem incorporar a arrogância.