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Destaques da Biblioteca de História das Ciências e da Saúde

 

Alimentação, vida material e privacidade: Uma história social de trabalhadores em São Paulo nas décadas de 1920 a 1960.

RODRIGUES, Jaime. Alimentação, vida material e privacidade: Uma história social de trabalhadores em São Paulo nas décadas de 1920 a 1960. São Paulo: Alameda, 2011. 233 p.

  

digitalizar0003Na primeira metade do século XX, a casa, a escola e a fábrica eram os lugares sociais do consumo alimentar em larga escala em São Paulo. Técnicos e cientistas esquadrinhavam esses lugares a partir de métodos designados, naquela época e ain­da hoje, de inquéritos alimentares, algumas vezes embutidos em estudos mais amplos: as pesquisas de padrão de vida. Este livro, escrito pelo historiador Jaime Rodrigues, recupera esses inquéritos para analisar os primeiros passos no controle e pesquisa da alimentação popular na cidade. Desta forma, partindo do presen­te imediato, a alimentação popular foi o mote inicial da pesquisa deste livro. Jaime Rodrigues se debruçou sobre as cadernetas e relatórios elaborados pelos pesquisadores do governo sobre os padrões de vida dos paulistanos. E, o que deveriam ser relató­rios secos, técnicos e repletos de números, mostraram-se um conjunto de comentá­rios subjetivos sobre a maneira como os trabalhadores viviam e comiam, como eram suas casas, suas relações familiares e de vizinhança. Como as boas pesquisas históricas de­monstram, os registros dos pesquisadores do governo, recuperados pelo historiador, revelam um cotidiano vibrante e polêmi­co. Revelam também o começo de uma era em que a indústria alimentar começava a se misturar com as políticas governamen­tais e ganhava as páginas das revistas e jornais, o rádio e a nascente televisão em propagandas e publicidade. Nasciam o Leite Moça, a Maizena, o Karo, a cerve­ja Malzbier, o sorvete Kibon. E, assim, a maneira como as pessoas se alimentavam nunca mais seria a mesma. (AU)

  

 

Georges Cuvier: do estudo dos fósseis à paleontologia.

 FARIA, Felipe. Georges Cuvier: do estudo dos fósseis à paleontologia. São Paulo: 34; São Paulo: Scientiae Studia, 2012. 269 p.

  

 

Foram necessários séculos de desenvolvimento científico para que os fósseis digitalizar0002

deixassem de ser uma mera curiosidade e passassem a integrar o conhecimento da história natural dos seres vivos. Entretanto, somente quando os trabalhos do naturalista francês Georges Cuvier (1769-1832) foram aceitos pelo mundo científico é que o estudo dos fósseis pode servir de base para a constituição da paleontologia como uma ciência autônoma. Ao dotar o estudo dos fósseis de métodos e de um programa de pesquisa, no interior de uma ampla rede de colaboração entre pesquisadores, Cuvier reuniu as condições necessárias para que os fósseis fossem tomados como fenômenos biológicos. A partir de então, eles passaram a ter um lugar central na narrativa histórica da vida na Terra. Este livro descreve essa trajetória, procurando desfazer alguns equívocos historiográficos, tal como o de que Cuvier defendia o diluvianismo ou o criacionismo. O leitor poderá assim perceber a relevância de sua contribuição não somente para a constituição da paleontologia científica, mas fundamentalmente para o estabelecimento de um corpo de dados empíricos capaz de servir de base para argumentos favoráveis às hipóteses evolucionistas. (AU)

 

 

 

 

 

Ciência, Nação e Região: as doenças tropicais e o saneamento no estado do Amazonas, 1890-1930.

 SCHWEICKARDT, Júlio Cesar. Ciência, Nação e Região: as doenças tropicais e o saneamento no estado do Amazonas. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2011. 344 p.

  

 

digitalizar0005O tempo é o da passagem do século XIX para o século XX. Ciência, Nação e Região: as doenças tropicais e o sanea­mento no estado do Amazonas, 1890-1930 reconstrói os yários e contrastantes cenários  que em Manaus, como um acontecimento urbano singular, se superpõem e vão reve­lando aos poucos uma cidade que, sob ­vários aspectos, se transforma em experiên­cia da modernidade. Seu autor elege como campo de investigação principal  as ações de saúde pública e de sanea­mento em curso nesse espaço e tempo e que bem refletem as condições em que ocorre a modernidade na periferia.  A consolidação do projeto de Manaus como metrópole moderna em plena flo­resta equatorial implicava inúmeros desa­fios: era necessário torná-Ia habitável, o que se traduzia principalmente em medidas radicais de saneamento e no controle das chamadas doenças tropicais não apenas nas cidades, mas em cada uma das localidades e aglomerados espalha­dos pelos espaços sem fim da Amazônia. O perfil dos médicos e sanitaristas que es­tiveram na linha de frente das comissões e campanhas de saneamento no Ama­zonas contribui para revelar aspectos ainda não abordados da história social e, em especial, da saúde pública da região. Figuras como os doutores Thomas, Samuel Uchôa, Alfredo da Matta, entre os mais reconhecidos, evidenciam, com suas ações, relatórios e estudos, que entre os médicos e sanitaristas locais não se fazia nada diferente do que era executado pelas comissões federais que rumavam para a Amazônia em missão de saneamento e combate às doenças, e que os próprios materiais e procedimentos técni­cos adotados por esses agentes que se deslocavam até o norte do país já eram usados em Manaus pelos agentes locais. (AU) 

 

 

Marcos Jiménez de la Espada (1831-1898): tras la senda de un explorador.

 CABRERA, Leoncio López-Ocón (Ed.); SALMERÓN, Carmén Maria Pérez-Montes (Ed.). Marcos Jiménez de la Espada (1831-1898): tras la senda de un explorador. Madrid: Consejo Superior de Investigaciones Científicas, 2000. 384 p.

  

 

Marcos Jiménez de Ia Espada (Cartagena 1831-Madrid 1898) fue un notable

 natura­lista e historiador deldigitalizar0006 siglo XIX, pionero de los estudios americanistas en Ia Espana contemporánea. Como integrante de la Comisión Científica del Pacífico recorrió gran parte del conti­nente americano entre 1862 y 1865. Tras realizar valiosas contribuciones al estudio de la fauna y la gea americana y novedosos estudios en el campo de Ia herpetología, sus inclinaciones intelectuales se reorienta­ron al territorio de la historia. Se dio a co­nocer primero como editor de libros de via­jeros medievales, pero paulatinamente se concentró en el rescate de valiosos documentos y obras que han sido fundamentales en tiempos actuales para el estudio de la etnohistoria de las sociedades andinas. Uno de los móviles de su compleja y densa obra historiográfica fue mostrar que a lolargo del proceso histórico en los laborato­rios naturales del continente americano se desenvolvió una estirpe de estudiosos de su naturaleza y de sus culturas, creándose una tradición científica integradora de múl­tiples miradas en la que él procuró inser­tarse. Esta obra, concebida como un libro-home­naje, reúne una miscelánea de aproxima­ciones a la vida y obra de ese viajero natu­ralista del siglo XIX, quien a su modo y manera intentó tender puentes entre las ciencias y las humanidades. (AU) 

 

 

A trajetória profissional de Hortênsia de Hollanda: resgate histórico para a compreensão da Educação em Saúde no Brasil.

 DINIZ, Maria Cecília Pinto. A trajetória professional de Hortência de Hollanda: resgate histórico para a compreensão da Educação em Saúde no Brasil. 2007. 184 f. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde) – Centro de Pesquisas René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro. 2007. 

 

digitalizar0001O trabalho que se segue tem dois propósitos centrais: o de promover uma análise biográfica da vida profissional de Hortênsia Hurpia de Hollanda e dar visibilidade ao seu papel de vanguarda na educação em saúde no Brasil; e o de refletir sobre algumas questões mais amplas que perpassam a sua trajetória profissional, enriquecendo a compreensão da área. A trajetória metodológica trilhada para este estudo incluiu a coleta de documentos, pesquisa de evidências orais e estudo exploratório do livro organizado por Hollanda, intitulado "Saúde, como Compreensão de Vida". A trajetória profissional da educadora é apresentada, recompondo as principais informações sobre o processo de sua formação profissional, cargos ocupados e atividades. Três momentos de destaque na vida profissional de Hollanda são focalizados: o ingresso no Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERu); a pesquisa realizada com populações das áreas endêmicas de esquistossomose e doença de Chagas, no nordeste do Brasil (Varjão e Mandacarú, bairros do interior de João Pessoa, Paraíba) e a pesquisa de Capim Branco, MG. Três principais materiais da educadora foram analisados: (1) um manuscrito que é a transcrição de uma aula proferida no Curso de Atualização de Conhecimentos sobre Endemias Rurais, na Faculdade Fluminense de Medicina, datado de 1956; (2) o "Saúde: Meio ambiente e Comportamento - Guia para a Saúde na Amazônia", escrito em parceria com Evany Gualberto, que aborda alguns problemas de saúde mais comuns da região Amazônica nas décadas de 1960 e 1970 - época em que provavelmente foi produzido; (3) o "Saúde, como Compreensão de Vida" (MS/DNES - MEC/PREMEM, 1977), coordenado por Hollanda, com a participação de diversos profissionais da área da saúde e educação. Descreve-se ainda a importância da formação e atividade de um grupo de profissionais da Saúde Pública no Brasil, que liderados por Hortênsia de Hollanda, foram capazes de estabelecer uma verdadeira revolução na educação popular, resgatando valores, realizando pesquisas e desenvolvendo trabalhos comunitários.  (AU) 

 

 

Neoliberalismo de la segunda ola: gênero, raza y reforma del sector salud em el Perú.

EWIG, Christina. Neoliberalismo de la segunda ola: Gênero, raza y reforma del sector salud en el Perú. Lima: Instituto de Estudios Peruanos, 2012. 350 p.

  

digitalizar0004La primera ola de reformas neoliberales que arrasó América Latina al principio de la década de 1990 se enfocó en políticas económicas de ajuste estructural; por ejemplo, devaluación monetaria, cortes en servicios sociales del Estado y la eliminación de protecciones de competencia global por industrias domésticas. Esta ola ha sido sujeto de amplios debates y críticas por su impacto negativo en los sectores más vulnerables de la población. Sin embargo, la segunda ola de reformas, aplicada hacia mediados de los años noventa, en donde se introduce una gran variedad de reformas políticas y sociales, no ha recibido similar atención. Christina Ewig intenta corregir este desbalance y presenta, en este estudio de caso, los esfuerzos multifacéticos por reformar el sistema de salud peruano en el régimen de Alberto Fujimori y en los siguientes gobiernos. Neoliberalismo de la segunda ola analiza tanto la formación de políticas como su implementación, ello mediante una combinación de evidencias cuantitativas y cualitativas (entrevistas y observaciones etnográficas con encuestas formales). Los resultados concluyen que las reformas neoliberales en el sector salud han traído más estratificación y, en varias maneras, más inequidades de género, raza y clase. No obstante, la historia es compleja, con avances reales en unas áreas y paradojas sorprendentes en otras.(AU)