Destaques da Biblioteca de História das Ciências e da Saúde
60 anos de psicanálise: dos precursores às perspectivas no final do século
LIMA, Denise de Oliveira. 60 anos de psicanálise: dos precursores às perspectivas no final do século. Salvador: Ágalma, 1993. 100 p. (Discurso Psicanalítico, 3).
Relata a história dos precursores da psicanálise no início do século e trata de temas atuais como cultura e psicanálise, a clínica psicanalítica e seus efeitos na pólis. Inclui correspondência inédita de S. Freud para o Brasil, publicada em primeira mão por Ágalma. Este trabalho foi citado na bibliografia do verbete Arthur Ramos do Dicionário de Psicanálise de elisabeth Roudinesco.
Teoría contemporánea de la Restauración.
MUÑOZ VIÑAS, Salvador. Teoría contemporánea de la Restauración. Madrid:Sintesis, [2014]. 205 p. (Patrimonio Cultural).
El presente libro combina rigor y sencillez para ofrecer una lectura sencilla y apasionante a un público muy variado - historiadores, gestores culturales, estudiantes de historia del arte o restauración, restauradores, etc. Como afirma en el prólogo Eugene F. Farrell, de la Universidad de Harvard, Salvador Muñoz ha sabido reunir los numerosos cabos sueltos del pensamiento más actual para formar un conjunto sólido, que demuestra que el conocimiento de la teoría contemporánea es, más que interesante y pertinente.
Reading Rio de Janeiro: literature and society in the Nineteenth Century.
FRANK, Zephyr L. Reading Rio de Janeiro: literature and society in the Nineteenth Century. Standford, California: Standford University Press, 2016. 229 p.
Reading Rio de Janeiro blazes a new trail for understanding the cultural history of 19th-century Brazil. To bring the social fabric of Rio de Janeiro alive, Zephyr Frank flips the historians usual interest in literature as a source of evidence and, instead, uses thehistorical context to understand literature. By focusing on the theme of social integration through the novels of José de Alencar, Machado de Assis, and Aluisio Azevedo, the author draws the reader's attention to the way characters are caught between conflicting moral imperatives as they encounter the newly mobile, capitalist,
urban society, so different from the slave-based plantations of the past. Some characters grow and triumph in this setting; others are defeated by it. Though literature infuses this social history of 19th-century Rio, it is replete with maps, graphs, non-fiction sources, and statistical data and analysis that are the historians stock-in- trade.By connecting a literary understanding of the social problems with the quantitative data traditional historical methods provide, Frank creates a richer and deeper understanding of society in 19th-century Rio.
A ditadura militar e os golpes dentro do golpe: 1964-1969
CHAGAS, Carlos. A ditadura militar e os golpes dentro do golpe: 1964-1969. Rio de Janeiro: Record, 2014. 489 p.
Recorrendo à forma que consagrou nos dois volumes de O Brasil sem retoque (2001), bestsellers ainda hoje referenciais, Chagas mais uma vez explora a história contada por jornais e jornalistas para destrinchar, com cores e vozes da época, num ritmo que só mesmo a pena de um grande narrador poderia imprimir, não apenas o espinhoso e
sombrio período entre 1964 e 1969 como também os dez delicados anos que precederam a tomada de poder pelos militares. Um livro essencial para o entendimento desse capítulo da História do Brasil.
Fazer a América.
FAUSTO, Boris. Fazer a América: a imigração em massa para a América latina. São Paulo: EdUSP, 2000. 577 p.
Este livro versa sobre o tema da imigração em massa, proveniente da Europa e de alguns países asiáticos para a América Latina, no período crucial que vai das últimas décadas do século XIX até os primeiros anos da década de trinta, no século XX. As pesquisas sobre o fenômeno da imigração, sob as mais diferentes formas e conteúdos, ganharam considerável impacto nos últimos tempos. Entre outras razões que explicam esse florescimento, destaca-se a crise dos grandes modelos explicativos do processo histórico, dando lugar a novas perspectivas. Na realidade, o tema da imigração é particularmente fecundo para a elucidação do comportamento dos agentes sociais, despertando também questões acerca do imaginário e das sensibilidades, tanto de grupos quanto de pessoas.
Saúde mental para a atenção básica.
SOALHEIRO, Nina. Saúde Mental para a Atenção Básica. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2017. 249 p.
A coletânea analisa diversas temáticas importantes e atuais em saúde mental e atenção psicossocial na rede básica, abordando os conceitos de forma acessível, embora mantendo sua complexidade. Baseados em pesquisas sobre cuidado em saúde mental na Estratégia Saúde da Família no Rio de Janeiro, os textos convidam o leitor a exercitar uma aproximação entre questões acadêmicas e práticas de cuidado no território. Os autores - profissionais com larga experiência de trabalho neste campo - buscam sistematizar e coletivizar saberes e práticas de forma a estimular as equipes de atenção básica a construírem e renovarem abordagens na perspectiva da desinstitucionalização.
Humanização e desumanização no trabalho em saúde.
GOMES, Rogério Miranda. Humanização e desumanização no trabalho em saúde. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2017. 332 p.
Apresenta aspectos da sociedade contemporânea que influenciam o cuidado em saúde, questionando se é possível identificar a saúde com uma prática; desumanizadora. Para analisar esta questão, o autor utiliza a categoria marxista de alienação, como a “não correspondência entre o desenvolvimento das capacidades humanas – do gênero humano – e sua manifestação no plano dos indivíduos e coletividades concretas”. Ele afirma que a humanização dos sujeitos resulta da sua inserção e ação transformadora sobre a realidade e, analisando criticamente os fenômenos de saúde-doença, entende que as práticas de saúde são simultaneamente humanizadoras e desumanizadoras.
Anatomia de uma epidemia.
WHITAKER, Robert, et al. Anatomia de uma Epidemia: pílulas mágicas, drogas psiquiátricas e o aumento assombroso da doença mental. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2017. 423 p.
Aborda a contravertida questão das drogas e tratamentos psiquiátricos. O autor foi impulsionado a escrever sobre o que considera “um tremendo campo minado político” a partir de uma reportagem sobre maus-tratos em pesquisas com pacientes psiquiátricos, como, por exemplo, o uso de medicamentos para exacerbar sintomas em esquizofrênicos ou, ao contrário, para privá-los de antipsicóticos. Escrevendo uma série de reportagens sobre esses experimentos, o autor estava convencido de que novas drogas psiquiátricas eram desenvolvidas para ajudar a “equilibrar” a química cerebral e que seria antiético retirar a medicação dos pacientes experimentalmente. Ao se aprofundar na questão, no entanto, esbarrou com descobertas da Organização Mundial da Saúde, “que parecia haver encontrado uma associação entre os resultados positivos (no tratamento de esquizofrênicos) e a não utilização contínua desses medicamentos”. A partir daí dedicou-se a uma “busca intelectual” que originou a obra.
Brasil Saúde Amanhã.
GADELHA, Carlos Augusto Grabois, et al. Brasil Saúde Amanhã: complexo econômico-industrial da saúde. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2017. 227 p.
Dedica-se à reflexão sobre o complexo econômico-industrial da saúde (CEIS), a partir da proposição de que a articulação entre avanço tecnológico, desenvolvimento produtivo e promoção da saúde é fundamental para garantir efetividade na formulação de políticas públicas para o setor. Organizadores e autores do livro defendem a
necessidade de conjugar conceitos de diversas áreas da ciência para o fortalecimento do CEIS, diante da “profunda desarticulação das competências tecnológicas e produtivas e da perda de oportunidades para avançar na estruturação de um sistema público de saúde”, efeitos da condução neoliberal da economia que prevaleceu na
década de 1990. Os cinco capítulos são apresentados como parte “de uma visão integrada, sistêmica e de economia política”, analisando aspectos relacionados à produção e inovação no âmbito do CEIS, e buscando consolidar bases políticas e acadêmicas para a construção “de um projeto nacional assentado no avanço social e
da estrutura produtiva”. O livro integra um conjunto de publicações resultantes da iniciativa Brasil Saúde Amanhã, rede multidisciplinar de pesquisa, coordenada pela Fiocruz, com apoio do Ministério da Saúde.
Como nasceram as cidades brasileiras.
LEMOS, Carlos A. C. Como nasceram as cidades brasileiras. Barueri: Studio Nobel, 2016. 189 p.
“Como Nasceram As Cidades Brasileiras” é um livro essencial para os amantes do patrimônio de nossa cultura material, que nos mostra a origem de 36 das mais importantes cidades do Brasil ao longo de cinco séculos, desde sua fundação até as profundas transformações causadas pelas pessoas que ali viveram e vivem, numa teia
que envolve razões políticas, econômicas e sociais e reverbera até os dias atuais com os pensamentos e costumes dos que já se foram e uma contribuição indiscutível a formação do Brasil como nação. Essa experiência coletiva materializada em uma cidade e sua área de influência, não pode ser esquecida, pois é a impressão digital da cidade. Mostrar como a ação do tempo altera a estrutura urbana e como a cidade de hoje carrega um pouco dos esforços, trabalhos e sonhos de tantas gerações passadas é preservar um grande patrimônio material e imaterial e, acima de tudo, um ato de cidadania e dever de todos nós, com o qual este livro contribui imensamente.